Portaria virtual: companheira de todas as horas?
- Canal Service
- 5 de fev. de 2019
- 5 min de leitura
Novidade no mercado de segurança e prestação de serviços, a portaria eletrônica se mostra como uma opção mais barata e engenhosa, mas será que está preparada para todos os públicos?
Nos últimos anos a segurança tem sido uma das principais pautas nas conversas dos brasileiros, a percepção do aumento da violência deixa as pessoas inseguras mesmo dentro de casa. Devido à sensação de medo, o aumento das opções tecnológicas para proteção pessoal e condominial trouxe sistemas, como o de portaria remota, para a discussão do grande público. Apresentada como uma possível solução para o ataque a condomínios, sua popularização se deu no meio de uma onda de arrastões em condomínios em São Paulo, onde a invasão se dava após renderem a portaria.
Mas afinal, o que é um sistema de portaria remota? É um modelo engenhoso e perspicaz que propõe substituir porteiros presenciais por seguranças que, por meio de uma central de controle remota, abrem e fecham os portões e garagens, e monitoraram 24h por dia todo o condomínio por meio do Circuito Fechado de TV (CFTV) e internet. Dessa maneira é possível o condomínio reduzir o custo de um porteiro em até 50%, já que o porteiro presencial é substituído pela central da empresa de portaria remota, e é pago apenas uma taxa à empresa contratada.
Um sonho, não?
Origem
O segmento das portarias remotas é um mercado que passou a ser explorado por empresas de segurança eletrônica visando condomínios residenciais, atualmente, o serviço foi adaptado e também pode ser utilizado em condomínios comerciais. Porém o uso desse sistema pode não ser adequado a condomínios e empresas com grande fluxo de pessoas.
De acordo com declarações de especialistas, a portaria virtual, cumpre com os benefícios propostos quando aplicado a condomínios residenciais com no máximo 40 apartamentos e mesmo com as adaptações o ideal é ter uma portaria presencial no caso de condomínios comerciais.
Perfil – De condomínios a moradores
A portaria remota, por mais que seja um grande avanço da tecnologia, ainda possui limitações que um porteiro físico não tem. Para garantir a segurança de forma barata e eficaz como promete, o perfil do condomínio pode ser no máximo porte médio, como os especialistas reforçam, um grande fluxo de pessoas entrando e saindo fragiliza a segurança, mesmo quando se segue a risca os protocolos. Outro motivo para essa segmentação no perfil dos locais a serem usados o sistema é o alto custo com os equipamentos, já que quanto maior for o condomínio, mais câmeras e equipamentos de segurança e monitoramento serão necessários.
Já o perfil do morador também tende a ser segmentado quando se trata da portaria remota, pois pessoas mais velhas e crianças podem ter dificuldades em lidar com a tecnologia, o que se torna cada vez mais raro, porém ainda acontece. Por isso é bem comum observar que os condomínios em que a portaria remota é aprovada em assembleia possui um público majoritariamente jovem, que está mais aberto a mudanças. Vale ressaltar que parte das dificuldades para a mudança na modalidade de portaria se encontra na cultura de ter um porteiro presencial nos condomínios.
Por isso a portaria remota é limitada a públicos específicos, mesmo com o avanço tecnológico, os aparatos disponíveis no mercados não garantem grande abrangência.
Como funciona a portaria remota?
Baseado num sistema de segurança eletrônica, onde a proteção do ambiente é feita através de um sistema de Circuito Fechado de TV (CFTV), a portaria remota utiliza-se, principalmente, das câmeras e microfones para a comunicação com visitantes e condôminos.
Os “porteiros” responsáveis pelo monitoramento ficam em uma central com endereço desconhecido e de lá conseguem controlar as entradas, visitas e encomendas que chegam ao prédio. Tudo isso se dá através de sistemas de telefonia, internet e os equipamentos instalados no condomínio que permitem esse contato à distância, o que teoricamente geraria mais segurança por não haver como render o porteiro em casos de assalto.
Equipamentos para controle e segurança do condomínio
Sistema de biometria, app ou tag: através desses sistemas é feita a identificação do morador e liberada sua entrada.
Abertura e fechamento de portões remoto: esse é o sistema que permite a abertura e fechamento dos portões à distância.
Sistema de redundância para internet e telefonia: para garantir a comunicação entre empresa e condomínio 24h se tem duas linhas de comunicação de operadoras diferentes.
Câmeras IP: Fazem parte do sistema de CFTV, muito comum em ambientes monitorados, elas são os olhos das portarias remotas.
Gerador ou sistemas No-Break: são equipamentos que garantem o funcionamento do sistema em caso de quedas de energia.
Cerca elétrica: normalmente já utilizado por condomínios para garantir a segurança do perímetro.
Botão de pânico: pode ser um botão ou um dedo do pânico, é usado para chamar a polícia em casos de algum problema ou invasão.
Backup das imagens: é extremamente necessário o backup das imagens pela empresa contratada para necessidade de consulta posterior em caso de problemas no condomínio.
Outra curiosidade interessante sobre as portarias virtuais é o fato de ainda existir um controle e monitoramento humano por trás de todo o equipamento. Nas centrais das portarias virtuais todos os comandos são dados por pessoas reais através dos equipamentos de comunicação e segurança eletrônica.
De visitantes a entregas: como é a rotina de atendimento?
Além do sistema de monitoramento é necessário criar um banco de dados para fazer o cadastro de todos os moradores e funcionários, a partir disso a entrada deles se dá automaticamente pelo uso do tag, app ou biometria. Em condomínios com clausura permanece os procedimentos normais, onde dentro da clausura o operador na central da portaria remota pode verificar se de fato é o morador quem está tentando entrar no prédio.
Para as entregas com necessidade de assinatura quem fica responsável por recebê-las é o zelador. Um ponto negativo ao aderir ao sistema de portaria remota, pois, dependendo do condomínio e das funções já exercidas pelo zelador pode-se gerar acumulo de função, então se você é síndico e pensa em fazer essa transição, fique esperto para esse detalhe.
Os deliverys permanecem iguais as de qualquer portaria, o porteiro virtual liga para o morador e ele desce para retirar a entrega.
Custos da portaria virtual
Para iniciar o processo de transição para esse sistema é preciso ter consciência que o investimento inicial é mais alto do que aparenta, devido a necessidade dos equipamentos que podem não fazer parte do que o condomínio já dispõe. Porém após o primeiro investimento em infraestrutura para o sistema, é possível observar diminuição de custos e baixa nas taxas condominiais, que é o principal benefício proposto pelas prestadoras desse serviço.
Decidir pela segurança da sua família é uma decisão difícil, a portaria virtual é uma opção inteligente, porém sozinha não dá conta de todas as funções, por isso existe uma versão híbrida desse sistema, onde é possível intercalar o porteiro presencial com a portaria remota, e assim aproveitar os benefícios proporcionados por cada um.
Ainda vivemos em um mundo que tem resistência a confiar na tecnologia, por isso a mudança para um sistema híbrido ou terceirizado antes da automatização total, é uma boa maneira de adaptar as pessoas as inovações que podem ou não ser benéficas.
Apesar das limitações, quando aplicada de forma correta e nos perfis ideais, com a compreensão e cumprimento dos protocolos de segurança a risca pelos moradores, a portaria remota pode de fato aumentar a proteção dos condôminos e funcionários. A segurança é um compromisso que todos devem ter para que esse sistema possa dar certo.
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